Viajar sozinha, uma questão de escolha

Dicas que trazem segurança às mulheres que desejam se aventurar pelo mundo, mesmo sem companhia 

Ana Longo
analuciamendeslongo@gmail.com
Em 24/10/21

 

São várias as opções para começar a viagem pelo mundo
Imagem: pormaisumcarimbo.com.br

Por mais que eu imaginasse a possibilidade de ficar viúva, inesperadamente aconteceu. Assim, ainda vivendo os primeiros dias do luto, entendi que precisaria fazer o que sempre desejei e não tinha como realizar – viajar pelo mundo! Naquele momento da minha vida, aos 62 anos, a hora tinha chegado.

Uma semana depois, amanheci em Paris! Nove anos após, já contabilizo inúmeras viagens ao redor do mundo, quase sempre sozinha; às vezes desfrutando a companhia das filhas, quando podem...

Posso afirmar; viajar sozinha nesta idade é desafiador, assustador e requer cuidados especiais. Mas por outro lado é libertador! Você descobre que é capaz de tantas coisas que nunca sonhou que daria conta...Mas lembre-se, você terá que ser uma boa companhia pra você mesma. Para mim nunca foi problema lidar com a falta de alguém comigo; sou uma geminiana muito comunicativa, falo com todos ao meu redor, sem a menor inibição. Coleciono muitos amigos em cada viagem que faço, é ótimo!

Paris e seus encantos - Cidade Luz
Imagem: hdwallpapers.in

Quando digo que requer cuidados, é verdade. Especialmente no que se refere à hospedagem, é fundamental fazer algumas escolhas corretas. Não tem como economizar neste aspecto; o hotel deve ter um bom número de “estrelas” pois estes têm melhor localização, facilidade de acesso e estrutura para atender ao hóspede em quaisquer emergências. Além disso, oferece opções de lazer, como um spa e piscina para aqueles dias que você não quer fazer nada fora do hotel. Aí temos um grande ponto favorável de viajar só –não ter que cumprir nenhum roteiro; você decide o que fazer...isso não tem preço, garanto!

Outra delícia em viajar só com você é a liberdade de ficar o tempo necessário para apreciar as obras de um museu, sem aquela correria característica de um passeio guiado. Andar pelas ruas, conhecer a vida local, escolher tomar uma champanhe às duas da tarde saboreando um croissant, vale tudo.

Os belos Cafés de Paris
Imagem: marioduse.com

Fazer um programa à noite é um capítulo à parte. Particularmente, não me sinto muito segura em sair sozinha, não domino a questão de segurança da cidade e fico preocupada em como voltar. Mas isso não é limitação; basta se dirigir a recepção do hotel e contratar uma mini excursão a qualquer show da cidade. Olha só como aquela escolha selecionada de hospedagem facilita sua viagem...

Desta forma também podemos fazer pequenos bate-volta em outros lugares,  aproveitando para falar um pouco com outros viajantes e matar a saudade de um bom papo, além de treinar novos idiomas. Ah! O idioma! Para muitos, um grande empecilho. Realmente, o ideal é saber um pouco de inglês, mas não precisa ser fluente, não falo tão bem assim, mas aprendi que a linguagem universal da mímica funciona, o importante é não ter medo...de nada.

Mas nem sempre tudo dá certo; você tem que estar preparado para estes momentos e não desanimar. Certa vez, fiquei perdida no centro de Praga dando voltas e voltas no mesmo lugar totalmente sem saber para onde ir; confesso que foi um dos meus grandes medos porque quase ninguém fala inglês! Mas não me dei por vencida e quando avistei a loja C&A, numa linda praça central, me senti em casa e respirei aliviada. Algum mecanismo de segurança foi acionado no meu cérebro, já que vou muito a esta loja aqui na minha cidade. Entrei, consegui falar em inglês e fui salva!

Uma boa dica para uma selfie

Imagem: pinterest.com

Duas coisas se aprendem numa viagem solitária; você se torna um expert em selfies, suas fotos terão sempre você em primeiro plano. A outra, fundamental, é o tamanho e número de malas. Consegui, depois de muito sofrer, ser a mais econômica possível com as bagagens. O ideal consiste em uma mala de mão, padrão para o bagageiro do avião, com uma bolsa de nylon dentro para as lembrancinhas da volta, uma mochila e uma frasqueira pequenina que se encaixa na mala de mão. Pronto, não vai carregar peso e será independente de ajuda.

O item fundamental que não pode ser esquecido são seus remédios habituais; não se compra nenhum, em outro país. Na verdade, você tem que levar todos os medicamentos para quaisquer imprevistos de saúde, desde uma simples dor de cabeça até eventos mais sérios. Como já não sou tão jovem..., este é um item prioritário na minha bagagem.

Não desanime se sentir medo em se aventurar por aí...quase todas as vezes que estou na cadeira do avião para uma nova viagem penso: Meu Deus, o que estou fazendo??? E se eu ficar doente, e se eu morrer sozinha e distante? Perguntas que se tornam bobagens quando escritas; porque isso pode acontecer aqui na minha casa e estarei do mesmo jeito sozinha. Mas não deixe de fazer um bom seguro de viagem, aqueles que tem cobertura para tudo (inclusive para aquele acontecimento que não gostamos de pensar...)

Um drink à beira mar para relaxar

Imagem: carpemundi.com.br

Portanto, viajar sozinha significa para mim conquistas pessoais, autoconhecimento, liberdade para fazer as melhores escolhas, alegrias e a certeza de que dou conta de mim. Recomendo a todos! 

Até a próxima, com muitas outras dicas para que sua viajem só lhe traga boas recordações!